O ano de 2022 começa com uma mudança dramática na cobertura noticiosa online.
Após dois anos de narrativa enquadrada pela preocupação com a saúde pública, a invasão russa da Ucrânia está a gerar uma considerável alteração na agenda das redações portuguesas, onde o léxico da guerra se torna, agora, dominante.
O barómetro de notícias está disponível na página do MediaLab Iscte e em PDF.
Da tensão à invasão da Ucrânia
No mês de janeiro, a situação na Ucrânia já tinha chamado a atenção da comunicação social portuguesa, com foco na tensão e preparação para a guerra.
Em fevereiro, assistiu-se ao aumento significativo do peso deste tema, em comparação com as notícias sobre Covid-19, especialmente após o início da invasão da Ucrânia, que veio a acontecer no dia 24 de fevereiro de 2022.
No futebol, o Benfica foi objeto preferencial da cobertura mediática
O futebol obteve um acréscimo de atenção. Convém sublinhar que a análise do Barómetro de Notícias incide sobre websites de órgãos de comunicação social generalista, não especializados. Em fevereiro, estima-se que foram publicados 27 artigos por dia sobre futebol, nestes websites. Os dados permitem identificar que o clube Sport Lisboa e Benfica esteve ligado à maior parte das notícias publicadas no mês em análise.
Situação epidemiológica e vacinação
A cobertura da pandemia resume-se, agora, à evolução diária do número de infetados em Portugal, não obstante o problema da falta de pessoal médico e de enfermagem, nos hospitais, ter gerado suficientes artigos para se fazerem notar no plano mensal.
Os sinais de fim de ciclo desta ‘história’ noticiosa, que dominou a informação jornalística nos últimos dois anos, são agora mais evidentes. A invasão russa da Ucrânia veio, obviamente, acelerar este processo e colocar-nos perante um novo drama com duas características muito semelhantes: o impacto global e a imprevisibilidade.
O barómetro de notícias está disponível na página do MediaLab Iscte e em PDF. A metodologia pode ser consultada aqui.
O barómetro de notícias é fruto de uma parceria entre o MediaLab Iscte e a Priberam. O relatório tem autoria de Ana Pinto-Martinho e Décio Telo com coordenação científica de Gustavo Cardoso.