Informação: online preferido pelos jovens do ISCTE

Janeiro 14, 2015 • Investigação, Jornalismo • by

Os jovens estudantes do ISCTE-IUL preferem a Internet para pesquisar e ler notícias. Apenas cerca de um quinto dos jovens compra jornais em papel com alguma regularidade. O fácil acesso, a ausência de custos e a integração com as redes sociais são algumas das características do meio digital que os jovens mais apreciam, concluiu um trabalho realizado no ISCTE-IUL no âmbito do Mestrado de Comunicação, Cultura e Tecnologias da Informação.

A leitura de jornais em papel é no entanto algo que muitos destes jovens continuam a fazer. Mais de 70% dos jovens estudantes leu pelo menos um jornal em papel nos últimos trinta dias. Contudo, esses jornais foram comprados por terceiros ou eram jornais gratuitos. Apenas 2 em cada 10 jovens compraram os jornais que leram no último mês.

O tempo dedicado, em média, à leitura de jornais em papel é idêntico ao dedicado à leitura dos sites de jornais de referência, entre 10 a 30 minutos. Como foi referido os jovens compram jornais em papel muito raramente, sendo que, quando o fazem, essa compra é motivada pela existência de uma reportagem que desperta um elevado interesse. Hoje leem menos jornais em papel do que há 5 anos, porém, utilizam a Internet para procurar notícias várias vezes ao dia.

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O estudo de caso das práticas de consumo de informação jornalística dos jovens do ISCTE-IUL teve como objetivo descobrir qual é o suporte preferido dos jovens para o consumo deste tipo de informação e quais as razões que os levam a essa preferência. Foi realizada uma análise quantitativa através de inquéritos aos alunos do ISCTE-IUL até aos 35 anos, compreendendo uma amostra de 200 alunos. A escolha recaiu nestes jovens devido à literacia mediática ser uma característica quase homogénea neste grupo etário. A literacia mediática, que se pode assumir como a capacidade para usar, entender e criar media e comunicações, para este grupo etário aparenta não se alterar muito, mesmo em diferentes backgrounds sociais e académicos.

Após o inquérito foram realizadas cinco entrevistas de forma a completar e enriquecer a informação obtida. Dois dos jovens entrevistados deixaram clara a sua escolha pelo suporte digital. “Além de ser gratuito, acaba também por ser mais fácil. Tenho acesso à Internet em todo o lado. Para mim não faz sentido ter que me deslocar para comprar um jornal, ter de pagá-lo e ainda ter que ficar com ele o resto do dia, só para depois deitá-lo para o lixo”, afirmou Filipa Figueiredo, uma jovem de 21 anos. Opinião partilhada por Bruno Mesquita, que assinala que procura sempre alternativas quando confrontado com uma paywall. “ Porque é grátis. Agora o [jornal] Record tem alguns conteúdos que se pagam, mas há alternativas e está tudo à distância de um clique”.

As Redes Sociais Virtuais e os jornais

As redes sociais virtuais são muito importantes para os jovens do ISCTE-IUL. A maioria dos alunos (94%) está registada em pelo menos uma rede social virtual e, deste número, 91% dos alunos partilha informação através destas redes. No que diz respeito ao seu uso para a consulta de notícias, 79% dos jovens do ISCTE-IUL admite recorrer a estas plataformas.

Estes números obtidos através da análise da informação recolhida põem em evidência a importância que as redes sociais virtuais têm para o futuro do jornalismo. As redes sociais aumentam o tráfego, a notoriedade dos sites dos jornais e as relações entre os leitores e os jornalistas. Uma relação que se prevê que se mantenha nos próximos anos.

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