Não houve espaço nos media para outros acontecimentos, para além da guerra. Mesmo notícias relacionadas com desporto e economia foram contagiadas pela narrativa da invasão russa na Ucrânia. Política nacional – sobretudo, na dimensão partidária – e Covid-19 não alcançaram visibilidade jornalística relevante.
O barómetro de notícias está disponível na página do MediaLab Iscte e em PDF.
Um mês de guerra
A guerra na Ucrânia dominou, por completo, a agenda noticiosa portuguesa. Para além da narração ininterrupta dos acontecimentos profundamente negativos que ocorreram por força da invasão russa em curso, várias ‘histórias’ noticiosas foram surgindo, contagiadas por ou, de alguma forma, relacionadas com esse contexto. Do adiamento de jogos de futebol à subida de preços, tudo parece ligar-nos à guerra, que completou o primeiro mês em março.
Muito futebol, Liga dos Campeões a dar o mote
Antecipação de jogos de futebol, resultados das equipas portuguesas (e não só) e passagem do Sport Lisboa e Benfica aos quartos-de-final da UEFA Champions League. Três ‘histórias’ dominaram por completo a cobertura desportiva nas páginas Web dos órgãos de comunicação social, com uma pequena exceção para o desempenho dos tenistas portugueses na Taça Davis, evento que também aconteceu em março.
Subida de preços, instabilidade energética e inflação
Os efeitos indiretos da guerra fizeram-se sentir desde muito cedo, mas em março, várias ‘histórias’ trouxeram três problemas públicos (interligados) aos noticiários quotidianos – preços, inflação e instabilidade energética – e ‘contaminaram’, sobretudo, as notícias sobre economia. Paralelamente, verificou-se a preocupação crescente com a produção e distribuição alimentar, a nível global.
O barómetro de notícias está disponível na página do MediaLab Iscte e em PDF. A metodologia pode ser consultada aqui.
O barómetro de notícias é fruto de uma parceria entre o MediaLab Iscte e a Priberam. O relatório tem autoria de Ana Pinto-Martinho e Décio Telo com coordenação científica de Gustavo Cardoso.