Numa altura em que assume o cargo de 45º presidente dos Estados Unidos da América, Donald J. Trump é brindado com avaliações dos media europeus que o caraterizam como um “commander-in-chief” imprevisível, um líder mundial irresponsável e, para alguns, um palhaço com um comportamento irritante. Os comentadores noticiosos do Reino Unido à Ucrânia e de Portugal à Polónia mostram-se preocupados com a possibilidade de Trump vir a minar as relações transatlânticas, enfraquecer a União Europeia e estabelecer acordos com Vladimir Putin à custa de países mais pequenos da Europa Central e Oriental. Uma análise sistemática conduzida pelo European Journalism Observatory evidencia algum nível de trepidação e preocupação face ao novo presidente norte-americano que, provavelmente, não tem paralelo na história recente.
As opiniões pessimistas só são balanceadas pelas vozes optimistas dos apoiantes do Brexit, de grandes tabloides como o Bild alemão e alguns meios noticiosos conservadores dispersos pelo continente. Kai Diekman, editor da Bild, comentou: “Trump tem sido a maior experimentação política desde o fim da Gerra Fria. Trump afirma coisas que são de facto impensáveis na diplomacia. Ele é rude, é insultuoso – e é penosamente honesto. Esta postura pode originar conflitos mas pode também ajudar a quebrar conflitos abertos e cristalizados”. Alguns media de países da Europa Oriental também desvalorizaram as ameaças de uma presidência Trump e revelaram simpatia por Trump enquanto homem forte na Casa Branca.
Mas o mais comum é vermos os media europeus preocupados com a presidência de Trump. Como Jonathan Freedland escreveu no The Guardian, “ninguém tem a primeira pista sobre como lidar com o está para vir. Os políticos, jornalistas e diplomatas, nos EUA e em todo o mundo, estão à procura de orientação, percorrendo desesperadamente as páginas dos regulamentos, um manual repleto de precedentes e normas passadas que eles se dedicaram a dominar ao longo das suas carreiras – mas que Trump queimou e desbaratou há alguns meses atrás”.
O European Journalism Observatory conduziu uma análise qualitativa do conteúdo sobre as edições impressas de três jornais diários em cada um dos 10 países europeus que participaram e ainda dos Estados Unidos, entre 12 e 18 de Janeiro. Centenas de artigos foram examinados em jornais que representam um espectro alargado de opinião política. Países que incluem membros e não-membros da União Europeia: Áustria, República Checa, Alemanha, Itália, Letónia, Polónia, Portugal, Roménia, Ucrânia e Reino Unido. Para acrescentar uma perspectiva americana, um estudo relacionado examinou a forma como três grandes jornais americanos analisaram o impacto de Trump na Europa.
Durante a semana que antecedeu a sua tomada de posse, Donald Trump não só dominou a cobertura dos jornais europeus, como também marcou a agenda sobre alguns assuntos específicos. Primeiro foi a sua conferência de imprensa inicial enquanto presidente eleito onde afirmou: “A Rússia terá muito maior respeito pelo nosso país quando eu o estiver a liderar, do que alguma vez teve sob a liderança de outros”. A entrevista ao Times e ao Bild provocou ondas de choque por todo o continente, depois de Trump ter declarado a NATO “obsoleta” e a União Europeia à beira da desintegração. “O pesadelo da Europa”, foi a manchete do jornal alemão Süddeutsche Zeitung. “Trump destroça a União Europeia“, afirmou a primeira página do polado Gazeta Wyborcza. E um comentador do Corriere della Sera escreveu: “A Europa pode vir a ser a primeira vítima de Trump”.
Os media europeus mostraram-se praticamente unânimes nas suas avaliações quanto às consequências nocivas que uma aliança entre Trump e Putin poderia ter na Europa. “Se Trump conseguir cumprir a sua política russa,“ escreveu o jornal português Público, “a primeira ´baixa´ será a Europa: será marginalizada. E tenderá a dividir-se.“ Sem surpresa, a potencial reaproximação à Rússia alarmou sobretudo os media noticiosos da Europa Central e Oriental. Um “acordo com Putin não trará a paz (…) torna a guerra ainda mais provável”, escreveu um dos principais jornais da Letónia, o Latvijas Avize.
Apesar das semelhanças impressionantes no tom negativo (ou, no máximo, neutral) da cobertura dos media, alguns meios noticiosos expressaram um optimismo cauteloso face à possibilidade de a presidência Trump poder induzir resultados positivos, especialmente para a economia. De acordo com algumas análises publicadas em jornais austríacos, os mercados bolsistas poderão reagir favoravelmente às promessas Trump de redução dos impostos e diminuição da burocracia. Alguns comentadores alemães expressaram expectativas face às capacidades de negociação de Trump. E por todo o painel, os comentadores de notícias enfatizaram também alternativas à ideia de deixar Trump ditar as regras do jogo. As sugestões abrangiam desde o reforço da unidade europeia até recomendações face à “realpolitik”. Allister Heath, escrevendo para o jornal conservador britânico Telegraph, disse que “rejeitar a administração (Trump) seria um erro catastrófico”.
Surpreendentemente, apenas um número reduzido de órgãos de comunicação abordaram as potenciais implicações da presidência Trump no cenário dos seus próprios países. Questões domésticas, como a ascensão do populismo de direita e as semelhanças entre a Europa e os EUA no que toca à desilusão generalizada face às élites políticas, tiveram uma cobertura reduzida durante os sete dias abrangidos pelo estudo. Apesar disso, alguns comentadores sublinharam ligações potenciais. “Depois da vitória dos apoiantes do Brexit e de Trump, parece que qualquer coisa pode acontecer no Ocidente. Neste contexto, o cenário de Marine Le Pen vir a vencer a eleição presidencial [2017] e o subsequente referendo francês sobre a saída da União Europeia não soa a ilusão de lunático”, escreveu o maior diário checo Mladá fronta Dnes.
Inicialmente, os principais jornais dos EUA deram pouca atenção às relações transatlânticas. Mas depois dos comentários negativos de Trump sobre a UE e a NATO, começaram a expressar preocupação face às prioridades do novo Presidente. O New York Times criticou Trump num editorial dizendo que “descartar, arrogantemente, como insignificante a ideia da integração europeia e o segundo maior mercado do mundo é ignorar a história e rejeitar o futuro.” Um editorial do Washington Post incitou os membros do gabinete de Trump para que impedissem o seu “commander in chief” de tomar medidas em linha com a sua retórica inflamada contra a integração europeia e a NATO. “Uma vez destruídas,” dizia o editorial, “as alianças Ocidentais não serão facilmente reconstruídas.”
Em baixo, publicamos um breve sumário da cobertura dos media em cada um dos onze países participantes no estudo.
Europa Ocidental
Portugal
A cobertura dos media em Portugal sobre os eventos que conduziram à INAUGURAÇÃO pautou-se na grande maioria pela neutralidade, com pouco comentário ou análise. A cobertura focou-se em questões como as relações entre os EUA e a Rússia (incluindo a possibilidade de levantamento da sanções contra a Rússia), as críticas de Trump à Europa no que toca à crise dos refugiados e o domínio da economia alemã. Apenas uma história incidiu sobre as relações bilaterais entre Portugal e os EUA. Numa citação, a Secretária de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação afirmou estar a aguardar pela Administração Trump “com tranquilidade” e acreditar num bom relacionamento bilateral. Os tópicos potencialmente conflituosos, como a base militar norte-americana nos Açores, não foram debatidos em nenhum dos documentos estudados. Mas foi expressada preocupação para com a reaproximação entre Trump e a Rússia. O jornal Público afirmou: “Se Trump conseguir cumprir a sua política russa, a primeira “baixa” será a Europa: será marginalizada. Tenderá a dividir-se.”
Reino Unido
Os jornais britânicos aguardam a presidência de Trump com um misto de apreensão e descrença. Manchetes como, “Temos o direito de ter medo à medida que Trump assume o cargo“ (Observer) e “Esqueçam o sexo. É o apetite de Trump por rublos que poderá destruir a sua Presidência“ (Mail), indicaram que os jornais dispersos pelo espectro político partilharam perspectivas similares sobre o novo presidente americano. Depois da conferência de imprensa de Trump, os artigos foram na grande maioria mordazes, como se a política americana tivesse caído numa farsa, refletindo expectativas reduzidas, e generalizadas, face aos próximos quatro anos da política americana. A cobertura do Mail e do Telegraph, os dois jornais de direita pro-Brexit abrangidos no estudo, tornaram-se ligeiramente mais positivos depois dos comentários de Trump sobre o comércio com um Reino Unido pós-Brexit. O Mail afirmou que era um “enorme impulso para a Inglaterra”. O The Guardian revelou-se céptico, no entanto um título no mesmo dia declarava: “Um acordo comercial do Reino Unido com Trump? Cuidado com os desejos que pedes”.
Europa Central
Áustria
As questões dominantes nos jornais austríacos foram o relacionamento de Trump com a Rússia, sua visão sobre a União Europeia e a NATO, bem como a sua influência na economia mundial – e nos mercados europeus em particular. Foram muito poucos os artigos que continham referências diretas à Áustria. A cobertura mostrou uma incerteza considerável sobre como lidar com o presidente eleito. “E ainda ninguém sabe o que sua presidência trará”, escreveu Der Standard. “Quanto mais ele twita, menor é a clareza.” Muitos comentadores expressaram cepticismo e medo, do ponto de visto de político, em relação ao que está para vir. De acordo com o Krone, as declarações de Trump na sua entrevista aos media europeus foram “um grande golpe que poderia virar o mundo ao avesso”. Ao mesmo tempo, alguns comentadores recebiam as iniciativas económicas do governo Trump com uma cautelosa esperança “.
Alemanha
A cobertura pré-inauguração na Alemanha foi dominada pela entrevista exclusiva de Trump com o tabloide Bild, o ataque de Trump a Angela Merkel e a repercussão na economia alemã. O Bild apresentou a entrevista com uma exuberante exibição de fotos. A manchete da entrevista foi: “O que é tipicamente alemão em mim? Eu gosto de ordem!” O conservador FAZ, embora céptico em relação a Trump, em grande parte da sua cobertura, observou que Trump parecia agir como CEO dos Estados Unidos da América que, através de acordos de corretagem, queria tirar o máximo proveito do seu país. “A franqueza de Trump é irritante e refrescante ao mesmo tempo”, escreveu o autor. O jornal de esquerda Süddeutsche espera que a presidência de Trump marque um novo começo para a relação EUA-Alemanha, mas não de uma boa maneira. “Trump Questiona Ordem pós-Guerra”, lê-se numa manchete e um cartoon mostra Merkel a ser derrotada por Trump num combate de boxe. A imprensa alemã também expressou temores sobre a re-nacionalização crescente em todo o continente, a dissolução da UE, as repercussões sobre as relações com os EUA e que Trump não se importaria, de todo, com a Europa.
Itália
Os jornais italianos cobriram amplamente Trump no período analisado, especialmente sua primeira conferência de imprensa e as alegações de sexo. Os jornais analisados apresentaram uma forte combinação de opiniões e histórias baseadas em factos. A cobertura relacionada com Trump centrou-se principalmente nas implicações para a Europa, especialmente à luz dos laços mais estreitos com a Rússia. “A Europa pode ser a primeira vítima de Trump”, comentou o Corriere della Sera. O Corriere della Sera continuou salientado que o relacionamento de Trump com a Rússia poderia “deixar a Europa exposta numa posição fraca para fazer acordos com a Rússia sob condições russas”. Embora as questões transatlânticas fossem também debatidas, as implicações para a Itália raramente o foram. O La Repubblica publicou um op-ed de Francesco Merlo comparando Trump e Berlusconi, mas concentrou-se principalmente nos seus escândalos sexuais, e não nas implicações políticas para a Itália. O tablóide Il Giornale foi menos crítico em relação às atitudes de Trump quanto a Vladimir Putin e expressou a esperança de que melhores ligações com a Rússia possam ser benéficas.
Europa de Leste
República Checa
Os media checos escreveram extensivamente sobre Trump na semana anterior à inauguração e, em geral, o tom de cobertura foi neutro. No entanto, reportaram incerteza. O jornal económico Hospodářské noviny escreveu: “Donald Trump terminará sua inauguração dizendo a famosa frase “Que Deus me ajude”. (…) Muitos poderiam pensar “que Deus ajude a América e o mundo inteiro”. A maior parte dos artigos reportaram sobre as questões transatlânticas entre a Europa e os EUA, expressando um intenso sentimento de insegurança, tanto em termos económicos como políticos. Para os media checos, as opiniões de Trump sobre as mudanças climáticas auguram uma crescente ameaça de deterioração ambiental e sua abordagem aos assuntos externos um maior isolacionismo dos Estados Unidos. Os jornais expressaram preocupações sobre o nacionalismo na Europa e o populismo em todo o mundo, com conseqüências negativas para as democracias ocidentais e um político e economico mais forte para a China e a Rússia.
Polónia
Os media polacos enquadraram o criticismo de Trump à NATO e à UE como um desafio direto e uma ameaça à Polónia. Mostraram-se preocupados com os efeitos da presidência de Trump na estabilidade da Europa de Leste Central. O tom da cobertura ficou ainda mais negative após a entrevista de Trump ao media europeus. “Os aliados dos EUA estão aterrorizados”, dizia um título do tablóide Fakt. “O novo presidente pode fazer tudo. Está a Polónia a salvo?”. A aproximação de Trump a Vladimir Putin e à Rússia foi largamente discutida e tratada com apreensão. “Clara e verdadeiramente”, escreveu o jornal conservador Rzeczpospolita, Trump “vai desmontar o mundo Ocidental com o objetivo de fazer acordos com Vladimir Putin“. O jornal de esquerda liberal Gazeta Wyborcza centrou-se particularmente no papel da Rússia, questionando quanta “porcaria“ terá a administração de Putin sobre Trump.
Roménia
As plataformas de notícias romenas mostraram-se menos focadas nas implicações de uma presidência Trump para a Roménia e mais preocupadas com as relações internacionais, com ênfase especial na Rússia, China e Alemanha. Dadas as potenciais consequências dessa arena, as perspectivas para a presidência de Trump foram negativas ou neutras. A plataforma de notícias on-line hotnews.ro discutiu as potenciais estratégias americanas para lidar com a Rússia e as repercussões económicas para a Alemanha. A plataforma de notícias de qualidade adevarul.ro dedicou um amplo espaço para examinar a oposição de muitos artistas americanos em relação ao presidente eleito. As consequências para a situação geral na Europa não foram destacadas. Por exemplo, o site on-line mais popular da redação da ProTV apenas mencionou a declaração de Trump de que o Brexit será “um sucesso” e que ele planeia assinar um acordo comercial com o Reino Unido. O tablóide Libertatea deu a Trump o tratamento tablóide, destacando os seus casos e até insinuando uma potencial amante romena.
Estados Bálticos e Ucrânia
Letónia
Os órgãos de comunicação social da Letónia mostraram-se preocupados sobretudo com os possíveis problemas da ligação entre Trump e a Rússia, o seus efeitos sobre a segurança transatlântica e o carácter imprevisível da liderança de Trump. Algumas caracterizações da aliança Trump-Putin (Latvijas Avīze): “lidar com Putin não deve minar a segurança europeia”, “lidar com Putin não trará a paz … torna a guerra ainda mais provável”, “minará a credibilidade americana entre os aliados na Europa e noutros lugares”. Neste contexto, houve também uma clara divisão editorial entre o jornal conservador de qualidade Latvijas Avīze e o jornal em língua russa Vesti Segodnja. Latvijas Avīze publicou uma imagem de Trump representado como um fantoche nas mãos da Rússia, enquanto o Vesti Segodnja retratou Trump como neutro e falou dos seus laços amistosos com Putin. Já noutras ocasiões o Latvijas Avīze, dada a sua postura conservadora, não escondeu a sua simpatia por Trump e o seu estilo populista. O Delfi.lv, o site de notícias mais popular na Letónia, levou a cabo a cobertura mais extensa, mas preferiu não tomar partido por nenhum dos lados.
Ucrânia
Os órgãos de comunicação ucranianos também analisaram o impacto da presidência Trump sobretudo em termos das atitudes de Trump para com a Rússia. Como os proprietários dos media do país expressam fortes preferências políticas e os média pró-russos ainda têm uma parcela notável da audiência, as notícias refletiram perspectivas divergentes. Os jornais pro-ucranianos foram mais neutros no seu tom, mas mostraram preocupação sobre os ciberataques russos (Den). Um dos mais populares órgãos de comunicação online, o LB.ua, criticou a elite ucraniana por não estar preparada para lidar com uma presidência Trump e para o potencial impacto da influência da nova presidência na política ucraniana e no conflito. Um autor mostrava-se preocupado com o facto de “Trump poder decidir reduzir uma parte das bases em que o estado ucraniano assenta, ou até não as considerar.” O popular jornal pró-russo Vesti mostrou simpatia por Trump e retratou-o como um homem forte cujo principal interesse é o seu país. Como a Ucrânia não é membro da UE, os media ucranianos prestaram menos atenção às questões europeias em geral.
Estados Unidos da América
Os meios de comunicação dos Estados Unidos não prestaram muita atenção ao potencial impacto da presidência Trump na Europa. Trump não mencionou a Europa na sua primeira conferência de imprensa como presidente eleito. Mas, em seguida, a sua entrevista com o Times e o Bild colocaram as questões europeias no centro do palco. “Os líderes europeus ficaram chocados quando Trump arrasou a NATO e a UE, aumentando o medo de divisão transatlântica”, lê-se no título do Washington Post. O New York Times escreveu: “Donald Trump começará a sua presidência colocando a chanceler alemã Angela Merkel – um aliado – ao mesmo nível que Vladimir Putin, revelou o presidente eleito numa nova entrevista”. A mudança de relacionamento com a Rússia foi o tema dominante durante a semana que antecedeu a tomada de posse.
Jornais analisados:
Áustria: Kronen Zeitung, Der Standard, Die Presse
República Checa: Blesk; Mladá fronta Dnes; Hospodářské noviny
Alemanha: Bild, Süddeutsche Zeitung, Frankfurter Allgemeine Zeitung
Itália: La Repubblica, Il Giornale and Corriere della Sera
Letónia: Latvijas Avīze, Vesti Segodņa, Delfi.lv/Delfi.ru
Polónia: Gazeta Wyborcza, Rzeczpospolita, Fakt
Portugal: Público, Jornal de Notícias, Correio da Manhã
Roménia: libertatea.ro, adevarul.ro, hotnews.ro, stirileprotv.ro
Ucrânia: “Den” (“День”), “Vesti” (“Вести”), “LB.UA”
Reino Unido: Guardian/Observer, Daily and Sunday Telegraph and Daily Mail/Mail on Sunday
Estados Unidos da América: The New York Times, The Washington Post, New York Post
Sobre o projeto:
“Alarmados, Inseguros e Desconfiados: Os media europeus analisam a presidência Trump” faz parte de um projeto de pesquisa colaborativo levado a cabo pelo Observatório Europeu do Jornalismo (EJO)
Metodologia
A análise foi levada a cabo por investigadores de 11 universidades e institutos investigação de Europa e dos EUA. Foi pedido aos investigadores que respondessem às seguintes questões ao analisar notícias e comentário nos jornais dos seus países.
Pergunta 1: Qual o impacto (imediato ou a longo prazo) que os jornais esperam da presidência Trump no Seu país? Que oportunidades e/ou desafios prevêm no que concerne as relações bilaterais com os EUA? Fala-se sobre o possível “efeito Trump” no seu país?
Pergunta 2: Que consequências da presidência Trump na situação da Europa em geral são identificadas pelos jornais? Fazem algumas previsões acerca do estado da União Europeia e/ou sobre as próximas eleições em países europeus? Quais são os principais tópicos e temas (populismo, imigração, economia, etc.) que os preocupam, quando se analisa o impacto da presidência Trump?
Pergunta 3:Que consequências os jornais esperam ou preveem em relação às questões transatlânticas e as parcerias como a NATO, TTIP, etc? Se a Rússia for mencionada, como é que os jornais caracterizam a colaboração entre os EUA e a Europa, face à abertura de Trump em relação a Vladimir Putin? Que tipo de ameaças e preocupações (políticas, económicas, culturais, militares) são mencionadas?
A comparação destas pesquisas em cada um dos países teve como foco identificar opiniões, atitudes e previsões que, em conjunto, representem temas e expectativas em relação à administração Trump e ao seu impacto na Europa.
Rede EJO
Escrito por:
Thomas R. Schmidt, University of Oregon
Contribuíram para o trabalho:
Tobias Eberwein, Institute for Comparative Media and Communication Studies, Austrian Academy of Sciences, Alpen-Adria-Universität
Sanfira Sova Muf, Charles University Prague, EJO da República Checa
Tina Bettels-Schwabbauer, Gordon Wüllner, Erich-Brost-Institut TU Dortmund, EJO Alemanha
Philip Di Salvo, Università della Svizzera italiana, Lugano, EJO Itália
Liga Ozolina, Turiba University, Riga, EJO Letónia
Adam Szynol, Michał Kuś, Wroclaw University, EJO Polónia
Ana Pinto Martinho, Décio Telo, Gustavo Cardoso, ISCTE – IUL, EJO Portugal
Raluca Radu, Antonia Matei, Anamaria Neagu, Marian Popovici & Oscar Stănciulescu, University of Bucharest, EJO Roménia
Halyna Budivska, National University of “Kyiv-Mohyla Academy”, Kiev, EJO Ucrânia
Caroline Lees, Reuters Institute for the Study of Journalism, University of Oxford
Scott Maier, University of Oregon
Créditos da foto principal: Gage Skidmore, Flickr CC licence